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    - Gosto do tempo, sabes? Afinal, as pessoas deviam era dizer que têm sempre tempo. O tempo, tal como o coração, está dentro de nós, não é?

    O relógio que era velho e tinha sempre tempo para sorrir, deu as badaladas das seis horas com mais alegria do que nunca. Ela fez as contas:

     - Ah, já são seis horas. Antes eram cinco horas e cinquenta minutos. Então, estivemos a falar durante dez minutos! Já sei contar o tempo. Já sei contar o tempo exato, o teu tempo, medido pelos segundos. Depois temos o tempo do coração que é sempre medido pelos nossos sentimentos. Agora vou-me embora. Volto depois: daqui a algum tempo. Até logo, amigo relógio!

     E foi assim que a Ana encontrou o tempo e encontrou tempo para ser feliz. Oxalá as pessoas mais velhas também encontrassem o tempo que procuram!

 

 

Ana Isabel Falé

 

26 de dezembro de 2013