Conceitos de Tutoria
Falar em tutoria na EaD pressupõe retomar as várias concepções, historicamente construídas nesse campo educacional e do conhecimento, uma vez que remete a diferentes contextos sócio-econômico-culturais e suas respectivas épocas.
É na história que encontramos as primeiras aproximações do termo tutor e professor. Segundo consta, Aristóteles, aos dez anos de idade, perdeu os pais e, a partir dessa data, foi educado por um tutor. A palavra “tutor” tem sua origem no latim tutore e significa indivíduo encarregado legalmente de tutelar alguém, protetor, defensor. Buscando a significação para a palavra “professor”, encontramos no latim professore “aquele que ensina, mestre, lente”. Por isso, existe a aproximação dos termos tutor/professor.

Na Educação, as primeiras referências ao termo “tutor” surgem nas universidades do século XV. Tais referências estão ligadas à figura do orientador religioso dos estudantes, que tinha por objetivo impor a fé e a conduta moral. Porém, somente no século XX é que o tutor assume o papel de orientador de trabalhos acadêmicos, significado incorporado aos atuais programas de Educação a Distância (SÁ, 1998).

Do ponto de vista tradicional da EaD, é comum alimentar a ideia de que o professor-tutor dirigia, orientava e apoiava a aprendizagem dos alunos, mas não se envolvia com os conteúdos. Nessa mesma perspectiva, assumiu-se a postura de que os materiais utilizados na EaD seriam autoinstrutores, ou seja, ensinavam sozinhos, cabendo ao professor-tutor apenas acompanhar o processo (LITWIN, 2001). Nesse modelo, “ensinar” era o mesmo que “transmitir” informações, e caberia ao professor/tutor garantir o cumprimento dos objetivos, servindo de apoio ao programa (LITWIN, 2001).

Com o desenvolvimento da EaD, configuraram-se novos papéis aos atores que envolvem os processos de ensino e de aprendizagem na modalidade. Esse contexto vem ressignificar o papel do professor-tutor.
Na verdade, o que caracteriza esse trabalhador é a sua função de mediador didático-pedagógico nos processos de aprendizagem.

Um bom professor será um bom tutor, na medida em que crie propostas de atividades para a reflexão, apoie sua resolução, sugira fontes de informação alternativas, ofereça explicações, facilite os processos de compreensão; ou seja, guie, oriente, apoie; é nisso que consiste o seu ensino (LITWIN, 2001).

Um bom professor-tutor orienta a realização das atividades, não apenas mostrando a resposta correta, mas oferecendo novas possibilidades de informação, interpretação, reflexão, compreensão e (re)construção do conhecimento. “Guiar, orientar, apoiar” são atos e responsabilidades tanto do professor como do professor-tutor na modalidade a distância.