O Papel do Tutor na EAD

A etimologia da palavra tutor traz implícito o termo tutela, proteção, tão comum no campo jurídico. A defesa de uma pessoa menor ou necessitada. Apropriada pelo sistema de Educação  a  Distância,  (SÁ,  1998),  tutor  passou  a  ser  visto  como  um  orientador  da aprendizagem do aluno solitário e isolado que, freqüentemente, necessita do docente ou de um orientador  para  indicar  o  que  mais  lhe  convém  em  cada  circunstância.  Pode-se  admitir plenamente que o professor-tutor seja denominado no sistema educacional como orientador acadêmico ou até mesmo um facilitador de aprendizagem.

Litwin  (2001)  tem  como  definição  a  figura  do  guia  e  se  destaca  com  força  na definição da tarefa do tutor, podendo-se definir  tutor como o “guia, protetor ou defensor de alguém em qualquer aspecto”, enquanto o professor é alguém que “ensina qualquer coisa”. No processo tutorial, o aluno tende a focar no tutor todos os seus anseios e necessidades para que o mesmo proveja a solução. A diferença entre o docente e o tutor é semântica e é estabelecida pela instituição.

Ainda para Litwin (2001), as ações do tutor na educação à distância, são demarcadas em um quadro institucional diferente e distinguem-se em função de três dimensões de análise:o tempo, a oportunidade e o risco, conforme descritos a seguir:
  • Tempo – o tutor deve ter a habilidade de controlar seu tempo, uma vez que  é  impraticável  sua  disponibilização  em  tempo  integral  para  os  alunos.  O  tutor não sabe se o aluno assistirá à próxima tutoria ou se voltará a entrar em contato para consultá-lo; assim, aumentam a responsabilidade e o risco da sua ação;
  • Oportunidade  –  O  tutor  deve  aproveitar  a  oportunidade  do  encontro, uma vez que não tem a  certeza do  retorno do aluno para  complementação de suas dúvidas ou outras informações;
  • Risco  –  O  tutor  corre  o  risco  de,  em  detrimento  do  tempo,  não aproveitar  a  oportunidade  de  esclarecer  totalmente  as  dúvidas  originadas  do  aluno.  Deve, também,  aprofundar  o  tema  em  discussão  até  o  nível  em  que  satisfaça  as  necessidades  de ensino-aprendizagem.  “O  tutor  deve  aproveitar  a  oportunidade para  o  aprofundamento  do tema e promover processos de reconstrução, começando por assinalar uma contradição”.