O Professor-Tutor e a Avaliação em Educação a Distância

O advento da Internet trouxe novas demandas à educação, que é desafiada a dar conta de um novo modelo de homem e de sociedade. Destaca-se, nesse contexto, a EaD, descrita por Belloni (2002) como uma modalidade que traz à tona a dimensão espacial, pois existe separação física e temporal entre professor e aluno.

Os processos de ensino e de aprendizagem não se limitam mais à relação tradicional aluno/professor, pois ultrapassam esses limites, oportunizando ao cursista construir o seu conhecimento no ambiente que lhe seja mais conveniente, seja ele doméstico ou de trabalho.

Partindo desses pressupostos, surge a necessidade de se fazer uma revisão sobre a avaliação, que se mostra como um dos aspectos fundamentais no processo educativo, em todas as modalidades de ensino, considerando, porém, as peculiaridades da EaD. Em linhas gerais, sabemos que a EaD perpassa as concepções e dimensões propostas no processo educativo geral, nas mesmas bases da educação presencial, mas requer critérios próprios, considerando suas especificidades.
Dessa forma, compreende-se que o objetivo da educação é formar sujeitos que construam significados para o mundo, atuando criticamente no contexto social no qual estão inseridos, sendo agentes transformadores na sociedade. A avaliação, dentro dessa perspectiva, contribui para criar pontes entre a escola, o conhecimento e a comunidade.
No cotidiano escolar, é o professor quem planeja e executa a avaliação, seleciona os instrumentos, as estratégias e estabelece critérios que articulem todas as etapas da ação pedagógica, possibilitando aos alunos diversas oportunidades de expressar o conhecimento apreendido. É importante ressaltar que a concepção de avaliação deve sempre envolver o coletivo da escola: direção, equipe pedagógica, pais e alunos.

Também na EaD, é preciso privilegiar os objetivos fundamentais, quais sejam: produzir e ressignificar conhecimentos, analisar e posicionar-se criticamente frente às situações concretas apresentadas. Além disso, pelo fato de não contar com a presença física do professor, o aluno necessita desenvolver métodos de trabalho que oportunizem a busca de interação, com os professores, por meio do material didático e do tutor, possibilitando-lhe o desenvolvimento do processo de elaboração de seus próprios juízos e de sua capacidade de analisá-los (NEDER, 2006).