UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO - UNINOVE

Especialização

Formação de Docentes para Ensino Superior

 

 

USO DE MAPAS MENTAIS: COMO FERRAMENTA PEDAGÓGICA NO CONTEXTO EDUCACIONAL DO ENSINO SUPERIOR

 

Mapas Mentais
Mapas Mentais

Francisco Francislando de Sousa
Orientadora: Profª. Ms. Aletéia Eleutério Alves Chevbotar
CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM FORMAÇÃO DE DOCENTES PARA ENSINO SUPERIOR – UNINOVE
pfsousa.edu@gmail.com


UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO - UNINOVE

 

Especialização – Formação de Docentes para Ensino Superior

 

 

USO DE MAPAS MENTAIS: COMO FERRAMENTA PEDAGÓGICA NO CONTEXTO EDUCACIONAL DO ENSINO SUPERIOR

 

FRANCISCO FRANCISLANDO DE SOUSA

 

 

São Paulo 2015


FRANCISCO FRANCISLANDO DE SOUSA

 

 

 USO DE MAPAS MENTAIS: COMO FERRAMENTA PEDAGÓGICA NO CONTEXTO EDUCACIONAL DO ENSINO SUPERIOR

 

 

Artigo Científico apresentado à Universidade Nove de Julho – UNINOVE, como requisito parcial para obtenção do grau em Formação de Docência para Ensino Superior. Orientação: Profª. Ms. Aletéia Eleutério Alves Chevbotar

 

 

 

São Paulo
2015


RESUMO

O presente artigo expõe uma revisão bibliográfica sobre a utilização de mapas mentais como ferramenta pedagógica no contexto educacional do ensino superior. Explora conceitos como conhecimento, prática pedagógica, inteligência e mapas mentais, além de aplicações reais na docência universitária, a fim de demonstrar suas importâncias para a difusão do conhecimento, a través de uma interação professor-aluno, e vice versa. Dessa forma dinamizando o ensino-aprendizagem, partindo de uma educação conteúdista rumo a uma Aprendizagem Significativa1. Expôs uma forma inovadora e válida aos métodos de aprendizagem, estudo e organização pessoal, tanto de alunos, quanto de professores. Numa tentativa de suprir a ausência de um conteúdo transversal, pois aprender significativamente é aprender de forma não arbitrária, não mecânica2. Portanto este artigo explorou a literatura sobre o tema, aprender com mapas mentais, criação de conhecimento individual e coletivo, estratégias para pensar e estudar, baseando-se principalmente nos autores Ontoria, Luque e Gómesz, Buzan3 e Paulo Freire. Esta pesquisa mostrou-se eficiente em recuperar o conhecimento cientifico acumulado sobre um problema. Tendo o aluno como protagonista e construtor de sua própria aprendizagem, conhecendo e tomando consciência desse processo, dessa técnica de ensino e aprendizagem que objetiva o desenvolvimento da pessoa em suas dimensões cognitivas, pessoal e social.

 

 

PALAVRAS CHAVE: Mapa mental, Ferramenta pedagógica, Aprendizagem, Construção de conhecimento, Estudo.

__________________________________
1 AUSUBEL, D.P.; NOVAK, J.D. e HANESIAN, H. Psicologia Educacional. Rio de Janeiro: Interamericana, 1980.

2 AUSUBEL, D.P. ; NOVAK, J.D. and HANESIAN, H. (1978). Educational psychology : a cognitive view. 2nd. ed. New York, Holt Rinehart and Winston.

3 BUZAN, T. Mapas Mentais e sua elaboração: um sistema definitivo de pensamento que transformará sua vida. São Paulo: Cultrix, 2005


ABSTRACT

 

 

 This article presents a literature review on the use of mind maps as a pedagogical tool in the educational context of higher education. Explores concepts such as knowledge, pedagogical practice, intelligence and mind maps, and real applications in university teaching in order to demonstrate their importance to the dissemination of knowledge, the slant of a teacher-student interaction, and vice versa. Thus stimulating teaching and learning, from a conteúdista education towards a Meaningful Learning. He exhibited an innovative and validly methods of learning, study and personal organization, both students, as teachers. In an attempt to compensate for the absence of a transverse content because learning is not significantly learning arbitrarily, not mechanical. So this article explored the literature on the subject, learn from mind maps, individual knowledge creation and collective strategies to think and study, mainly based up in Ontoria authors, Luque and Gómesz, Buzan and Paulo Freire. This research was efficient in recovering the accumulated scientific knowledge about a problem. Having the student as the protagonist and builder of their own learning, knowing and being aware of this process, this teaching and learning technique that aims at the development of the person in their cognitive, personal and social.

 

 

KEYWORDS:Mental map, pedagogical tool, Learning, Building Knowledge, Study.


INTRODUÇÃO

 


O processo educacional é baseado no ensino-aprendizagem, e desenvolvido por meio de várias etapas, no entanto, a maioria das vezes o que se observa é um contexto educacional conteúdista, no qual os alunos passam por uma quantidade considerável de conteúdos. Em outras palavras, sem que haja necessariamente uma preocupação com o desenvolvimento cultural, intelectual e de raciocínio. A partir desses aspectos apontados surge a preocupação de explorar a possibilidade de uso de uma técnica gráfica chamada de Mapa Mental, criada por Tony Buzan4, no processo de criação de conhecimento. Tal técnica é utilizada e pesquisada no âmbito educacional, principalmente europeu, para facilitar e potencializar o processo de ensino-aprendizagem. Dessa forma, a questão de pesquisa apresenta-se como: Qual é a possibilidade de uso do Mapa Mental como ferramenta pedagógica no contexto educacional do ensino superior? Como os alunos de grau universitário vivenciam a aplicação real, dos mapas mentais?
Este estudo fundamenta-se na hipótese de que o uso dos Mapas Mentais poderá compor uma investida inovadora e válida aos métodos de aprendizagem, estudo e organização pessoal, tanto de alunos, quanto de professores no seu contexto educacional. Vale acrescentar que essa proposta de pesquisa objetiva, a importância de se ter no sistema educacional nacional as melhores e mais diversificadas metodologias de estudo e aprendizagem. Numa tentativa de suprir a ausência de um conteúdo transversal, pois aprender significativamente é aprender de forma não arbitrária, não mecânica. Atendendo a essa hipótese, este trabalho apresenta objetivos gerais e específicos que se espera alcançar com este artigo de pesquisa. Objetivos gerais verificar a possibilidade de uso do Mapa Mental como ferramenta pedagógica no contexto Educacional no Ensino Superior. Objetivos específicos a fim de atender ao objetivo geral, são definidos quatro objetivos específicos, que são: 1) identificar na literatura os processos para a elaboração e criação do conhecimento e suas características; 2) identificar as características e modo de elaboração do Mapa Mental; 3) verificar o uso do Mapa Mental na prática

 

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4 BUZAN, T. Mapas Mentais e sua elaboração: um sistema definitivo de pensamento que transformará sua vida. São Paulo: Cultrix, 2005.


pedagógica; 4) comparar a teoria à prática pedagógica, relativamente à aplicação do Mapa Mental no processo de aprendizagem.

A importância e justificativa desta pesquisa consistem em apresentar-se como um instrumento valioso de auxilio pedagógico, tanto a professores, quanto a alunos, a fim de criar conhecimento e potencializar o processo de aprendizagem. Vale ressaltar aqui que esta pesquisa está baseada na forma de discussão, em outras palavras, sobre a forma de manifestação das ideias, e visa, no entanto, servir de forma instrumental pedagógica, o que poderá ser um importante fomento à aos procedimentos didáticos. Este estudo tem como base a pesquisa bibliográfica, a fim de recuperar o conhecimento cientifico acumulado sobre um problema. Neste caso, o ensino educacional conteúdista,no qual os alunos passam por uma quantidade considerável de conteúdos, sem que haja necessariamente uma preocupação com o desenvolvimento cultural, intelectual e de raciocínio. Busca-se uma pesquisa exploratória, a fim de proporcionar maior familiaridade com o problema em questão, e levantamento bibliográfico essencial necessário a pesquisa. Por isso, há a necessidade de uma abordagem através de uma pesquisa qualitativa, de modo, a descrever as informações obtidas, ou seja, o resultado individual e também coletivo que se espera na interpretação desses dados coletados na forma de citações desses autores lidos.


1. CONHECIMENTO

Conhecimento deve ser compreendido como uma necessidade para a ação e também como um elemento de libertação. Assim não devemos conceituar o conhecimento apenas como sendo um simples mecanismo de compreensão e transformação do mundo. Entretanto vivemos num mundo em que ocorrem constantes transformações, seja no campo da tecnologia ou da ciência. Portanto essa dinâmica de transformação do mundo, de converter conhecimento em ciência, em uma técnica, em uma estratégia requer compreensão e prática, a fim de gerar novos conhecimentos e contribuir no processo de desenvolvimento da sociedade. Dessa forma o conhecimento acrescenta um conceito novo ou original sobre um fenômeno (acontecimento, fato). Portanto o conhecimento não nasce do vazio, mas


do acumulo tanto das experiências em nossa prática diária, quanto dos nossos relacionamentos interpessoais, além das leituras de livros ou de outros artigos. Enquanto que para Tozoni-Reis (2009) apud (LUCKESI, 1985), o conhecimento é compreendido como um mecanismo de compreensão e de transformação do mundo, e que esse conhecimento é necessário para uma ação, que por isso tem em si um elemento de libertação. Para os autores como Kauark, Manhães e Medeiros (2010), o conhecimento humano está atrelado à característica gregária – comunitária. Portanto o saber do individuo (por mais simples que seja) é transmitido a outros que agregam (acumulam) o conhecimento recebido, e o retransmite de modo que se evolui a ciência. Com isso a finalidade do conhecimento é alcançar uma verdade objetiva que permita a construção e transmissão de idéias, e também a criação de novos conhecimentos.

 

2. O QUE É PRÁTICA PEDAGÓGICA

 

Segundo Haidt (2001, p. 13), a "Pedagogia é o estudo sistemático da educação. É a reflexão sobre as doutrinas e os sistemas de educação". Entretanto todo sistema de educação está baseado numa concepção do homem e do mundo. Portanto, são os aspectos filosóficos que dão a educação seu sentido e seus fins. Nesse sentido, a Filosofia, sendo a reflexão sistemática sobre a concepção da vida, exerce influência direta e está correlacionada com Pedagogia, que é a reflexão sistemática sobre o ideal da educação e da formação humana (HAIDT, 2001). Para a autora, era predominante na prática escolar uma aprendizagem de tipo passivo e receptivo. Além disso, aprender era quase exclusivamente memorizar conteúdos. Portanto nesse tipo de aprendizagem, o professor utilizava um método arcaico denominado – método catequético, um sistema de perguntas e respostas, tanto na sua forma oral, quanto escrita (HAIDT, 2001).

Ainda em relação à prática, Paulo Freire (1983, p. 40), ressalta que "[...] a práxis, porém, é ação e reflexão dos homens sobre o mundo para transformá-lo". Portanto, a prática é a ação que transforma a partir da reflexão humana sobre o mundo.


Neste sentido, a prática pedagógica como qualquer outra atividade, necessita de estudos sucessivos, de pesquisa, de embasamento e de renovação para que o profissional do ensino cause mudanças sociais através do seu trabalho docente. Mas afinal, o que é prática pedagógica? É comum na prática docente, a expressão "a prática não exige teoria, basta ser praticada". É indispensável ressaltar aqui um grande equívoco exatamente neste ponto, uma vez, que existe uma interdependência entre a teoria e a prática, uma relação que acontece em torno da contradição, onde uma não existe sem a outra. E o que é teoria? O autor Paulo Freire se refere a teoria como um "contemplar" que, em grego, significa "ver". Na compreensão do autor teoria é um princípio de inserção do homem na realidade, existindo nela, consequentemente promove sua concepção da vida social e política. Portanto, enfatiza o caráter transformador da teoria, o qual envolve uma reflexão crítica da realidade. Dessa forma, a prática, é percebida como a ação do homem sobre o mundo a fim de transformá-lo.

 

O autor Paulo Freire (1979, p. 93) comenta que

De teoria, na verdade, precisamos nós. De teoria que implica uma inserção na realidade, num contato analítico com o existente, para comprová-lo, para vivê-lo e vivê-lo plenamente, praticamente. Neste sentido é que teorizar é contemplar. Não no sentido distorcido que lhe damos, de oposição à realidade.

 

Para Paulo Freire a relação teoria x prática é uma reflexão teórica, uma atitude do homem face ao homem e do homem face à realidade. Segundo Oliveira (2013) apud (VEIGA, 1992, p. 16), informa que a prática pedagógica, "[...] é uma prática social orientada por objetivos, conhecimentos e finalidades e inserida no contexto da prática social". Portanto, a prática pedagógica, também é definida como práxis, está intimamente relacionada com os aspectos sociais que perpassam todo processo ensino e aprendizagem.


O autor ainda apud (SOUSA, 2009, p. 60) comenta que a concepção de prática pedagógica se diferencia da prática docente, por ser mais complexa, ao inserir novos elementos, trazendo ao debate uma afirmativa que requer reflexão e ação, tendo a práxis pedagógica como principal foco. Conforme esse autor:

 

Práxis pedagógica é a realização de um currículo por meio das relações e ações que se dão entre os sujeitos em suas práticas. Sujeito educador (prática docente), sujeito educando (prática discente), sujeito gestor (prática gestora). Esses sujeitos, em suas ações e relações, serão sempre mediados pela construção dos conteúdos pedagógicos ou de conhecimentos (prática gnosiológica e/ou epistemológica).

 

Por outro lado a prática pedagógica faz parte da dinâmica das relações sociais. Por isso é essencial para a atividade humana, pois é rica em valores e significados, e que muitas vezes se sobre sai ao conhecimento. (LEAL, 2004). Nesse sentido o ato pedagógico cria um conhecimento do mundo sintetizando as diversas definições, a partir da prática pedagógica que propicia uma junção entre a teoria, a prática e a experiência individual de cada educador, levando-os a um posicionamento crítico frente à realidade (FREIRE, 1979). Por outro lado a prática pedagógica faz parte da dinâmica das relações sociais. Por isso é essencial para a atividade humana, pois é rica em valores e significados, e que muitas vezes se sobre sai ao conhecimento. (LEAL, 2004). Nesse sentido o ato pedagógico cria um conhecimento do mundo sintetizando as diversas definições, a partir da prática pedagógica que propicia uma junção entre a teoria, à prática e a experiência individual de cada educador, levando-os a um posicionamento crítico frente à realidade (FREIRE, 1979). Compreende-se que o professor é o elo entre o aluno e o conhecimento. Dessa forma, ele deve proporcionar ao educando os pressupostos, a fim, de que o mesmo construa suas habilidades e o seu pensamento de maneira significativa, ou seja, estimular a sua capacidade cognitiva conforme os quatro pilares do conhecimento: aprender a conhecer; aprender a fazer; aprender a conviver e aprender a ser.


3. DEFINIÇÃO DE INTELIGÊNCIA

 

Entendemos como inteligência a capacidade de "especificar um objetivo, avaliar a situação vigente para saber como ela difere do objetivo e pôr em prática uma série de operações para reduzir a diferença" (PINKER, 1998, p. 73). Portanto, para Pinker, a inteligência, é a capacidade de atingir objetivos diante de obstáculos, por meio de decisões baseadas em regras racionais (que obedecem à verdade). Na verdade, segundo Vilella (2000), "inteligência é uma palavra para descrever classes ou padrões de comportamentos direcionados a objetivos". Segundo o autor, os comportamentos que elaborados por ele, tanto para matar a sede, quanto aplicados para aprender um assunto, são inteligentes. Até mesmo indução matemática é um comportamento inteligente padronizado, que serve para resolver certos tipos de problemas. O autor também destaca que ao lermos um determinado texto, neste momento estamos aplicando um padrão de comportamento inteligente.

Portanto, o autor afirma que:

Todo comportamento humano visa um objetivo... ou mais [...] um ser humano só age quando tem um objetivo... ou mais. [...]. Isto não é lá grande novidade: Aristóteles, nascido em 384 a.c., já dizia que "a mente sempre faz o que faz em benefício de algo, este algo sendo o fim em si mesmo" (citado em Dilts, 1998).

Atualmente, o estudo e o surgimento de novas pesquisas sobre esse tema - inteligência -, têm possibilitado novas concepções sobre a ideia de inteligência: essa estaria associada com a idéia de sobrevivência. Acredita-se que a característica básica de um organismo inteligente seja sua capacidade de aprender a realizar várias funções em um ambiente dinâmico, tais como sobreviver e prosperar. Nesse sentido, o conceito de inteligência esta ligado ao conhecimento de si mesma como objeto e ferramenta. A partir desses instrumentos mentais além de conhecer o mundo passa a integrar com a própria consciência.

 


Segundo Jean Piaget (1978), a inteligência é a solução de um problema novo para o individuo. É a coordenação dos meios para alcançar objetivos específicos de maneira mais rápida. Portanto para o autor, a inteligência pode ser compreendida a partir de duas abordagens: da Psicologia diferencial e da Dinâmica. Enquanto que na Psicologia diferencial é baseada na tradição positivista, que estuda a inteligência, a partir daquilo que é observável e mensurável. Dessa forma, a inteligência das pessoas, tanto pode ser vista como medida através de sua capacidade de verbalizar ideias, compreender instruções, perceber e resolver problemas, além de adaptar-se a situações novas (BOCK, FURTADO, TEIXEIRA, 2001). Por outro lado à abordagem Dinâmica, estuda a totalidade do ser humano em diversos aspectos ou fatores, que mais tarde foram introduzidos na Psicologia, conforme os autores dizem ao parafrasear (LOPEZ):

 

Os dados obtidos nos testes deixaram de ser considerados como medidas da inteligência. Passaram a ser vistos como medidas apenas de eficiência do sujeito e as alterações dessa eficiência encaradas como sintomas de perturbações globais e não como indicadores de potencial intelectual deficiente.

 

Após a exposição é possível inferir que ainda não se conhece as fronteiras mentais da inteligência, a esse respeito, somos conduzidos a admitir que o conceito não está completo. Por isso, falta ainda algo que comungue com as atuais teorias da inteligência, como por exemplo, capacidades intelectuais, em habilidades, em dons. Sinteticamente, a inteligência é a aptidão psicológica que permite ao homem abstrair, captar, entender conceitos, a essência das coisas que tomamos consciência. É válido destacar que juntamente a essa aptidão outras atividades mentais se integram e atuam em conjunto, como os mapas conceituais e os mapas mentais.


4. OS MAPAS MENTAIS E SUA APLICAÇÃO NA DOCENCIA UNIVERSITARIA

 

O Segundo Buzan (2005), os Mapas Mentais são comparados aos Mapas Geográficos, por serem usados cores, linhas, símbolos, imagens e palavras nestes mapas. Além de um ponto importante que é a ideia de se ter um tema central, como sendo o centro da cidade, e ideias secundárias, com sendo as ruas que formam esta cidade. É importante destacar que os mapas mentais, são ferramentas que permitem organizar pensamentos e facilitar tanto a introdução como a extração de informações no cérebro. Portanto, o mapa mental reforça a capacidade de memorização, organização, análise e síntese (ONTORIA; LUCKE; GÓMEZ, 2006). A origem dos mapas mentais esta atrelada tanto a divisão cerebral dos hemisférios, quanto ao estudo sobre a memória. Portanto, da relação entre associação e ênfase, é obtido maior permanência da lembrança e sua evocação posterior. Outro fator importante, e ressaltado na citação é a busca de uma técnica capaz de ajudar a memorizar, que posteriormente evolui para uma técnica do pensamento (BUZAN, 1996).

A origem dos mapas mentais:

É vinculada à divisão cerebral dos hemisférios para explicar o processo de aprendizagem, [...] é proveniente dos estudos sobre a memória, quando se teve consciência de que associação e ênfase são dois fatores fundamentais para a permanência da lembrança e sua evocação posterior. [...] a busca de uma técnica que ajude a memorizar. (ONTORIA; LUCKE; GÓMEZ, 2006, p.41, grifo dos autores).

 

Segundo os autores, Buzan (1996), percebeu que o uso combinado de diversas habilidades facilitava e permitia ao cérebro funcionar com maior eficiência e melhor eficácia, e com isso alcançando melhores resultados no processo de ensino e aprendizagem. Portanto esses resultados obtidos foram fundamentais para o surgimento de uma nova estratégia para aprender.

 


A combinação de várias habilidades (uso da cor e da palavra, por exemplo) permitia que o cérebro funcionasse com maior eficácia na aprendizagem. (ONTORIA; LUCKE; GÓMEZ, 2006). Ainda segundo os autores os avanços da ciência trazem diversas propostas de aprendizagem, entre elas os mapas mentais, mapas conceituais, redes conceituais, mapas semânticos, super anotações e inúmeras outras técnicas. Portanto todas elas podem ser utilizadas como ferramentas pedagógicas, além de possuírem algumas características em comum: a busca da compreensão e da assimilação compreensiva, a organização e criação de estruturas cognitivas, o nível de preparação dos alunos, a expressão criativa e a hierarquização dos conceitos e estruturas aprendidos. Conforme os autores

 

Os avanços da ciência geraram novas propostas de:

"aprendizagem e de suas estratégias. [...] As verdadeiras motivações para a mudança de técnica ou de estratégias de aprendizagem vinculam-se ao novo enfoque com tendência a um maior envolvimento de toda a pessoa-aluno no processo de aprender." (ONTORIA; LUCKE; GÓMEZ, 2006, p.156).

 

Em relação a aplicação real dos mapas mentais alguns alunos apresentaram dificuldades que podem ser agrupadas em duas vertentes: "uma, que está relacionada à representação gráfica; e outra, que está vinculada ao próprio tema de aprendizagem." (ONTORIA; LUCKE; GÓMEZ, 2006, p.157). Os alunos apresentaram dificuldades em fazer os desenhos ou imagens, de modo que apresentassem maior clareza, que fossem mais atraentes e chamativas. Também no modo de distribuir e organizar as idéias no espaço do papel. Em relação ao tema a dificuldade apresentada foi quanto a compressão, seleção e organização das idéias-chave. Mas que foram resolvidas com a decisão de se focarem apenas nos conceitos-chave (idéia principal). Em todo processo de elaboração seja ele qual for pressupões um sério envolvimento na aprendizagem e, portanto, se faz necessária dedicação e esforço. Nesse sentido, o esforço é compensado pelo valor do impacto visual obtido por meio dos esforços e estímulos. Estímulos que pressupõe o trabalho com desenhos e imagens, unidos à maior eficiência no rendimento (facilitador da aprendizagem).


Nesse sentido, outro fator de resistência ao uso dos mapas mentais "é o esforço e a dedicação. [...] Quando são superadas as dificuldades, os alunos descobrem o valor do impacto visual como um facilitador da aprendizagem e o estímulo provocado pela clareza da arte gráfica, da cor e das formas." (ONTORIA; LUCKE; GÓMEZ, 2006, p.158). Além disso, "[...] o aspecto central dos mapas mentais que ocasiona a melhora na capacidade de síntese e organização das idéias." (ONTORIA; LUCKE; GÓMEZ, 2006, p.158). Para os autores os mapas mentais desenvolvem certas estratégias como compreensão, a assimilação e a integração da informação. Nesse sentido, as idéias principais dos temas são refletidas, e com isso facilita a compreensão de maneira mais significativa, e não apenas memorizando. Fica claro que tanto a busca de imagens que ressaltam o conteúdo, quanto à seleção adequada dessas imagens melhoram e potencializam uma aprendizagem mais significativa. Além de auxiliar a retenção de informação em nossa mente por mais tempo, estimulando e facilitando a memorização e a posterior lembrança do que foi aprendido.

 

Segundo os autores os mapas mentais refletem as estruturas pessoais de pensamento e pressupõem também:

[...] desenvolvimento da capacidade de reflexão e uma proposta humanista de educação e valores. [...] a aprendizagem dos mapas mentais pressupõe uma constante tomada de decisões pessoais para superar dificuldades, selecionar idéias e imagens, para organizar a parte gráfica, etc. [...] uma estimulação do autoconceito e da auto-estima." (ONTORIA; LUCKE; GÓMEZ, 2006, p.160).

 

Além de ser uma técnica de fácil acesso, melhora muito a nossa capacidade de aprender, de potencializar a nossa autonomia, a nossa capacidade criativa e a nossa originalidade. Portanto a prática constante dessa técnica nos permite superar as dificuldades que possam surgir em relação ao trabalho de sintetizar os textos e destacar as idéias fundamentais.


CONSIDERAÇÕES FINAIS

Concluindo essa pesquisa sobre o uso de mapas mentais como ferramenta pedagógica no contexto Educacional do Ensino Superior, é importante ressaltar que uma aprendizagem orientada ao desenvolvimento pessoal em sua totalidade, partindo dos processos cognitivos rumo aos processos tanto pessoais como sociais, é necessário em nossa sociedade atual. O uso de mapas mentais no processo de ensino e de aprendizagem no contexto do ensino superior tem como objetivos gerais verificar a possibilidade de uso do Mapa Mental como ferramenta pedagógica no contexto Educacional no Ensino Superior. Objetivos específicos a fim de atender ao objetivo geral, são definidos quatro objetivos específicos, que são: 1) identificar na literatura os processos para a elaboração e criação do conhecimento e suas características; 2) identificar as características e modo de elaboração do Mapa Mental; 3) verificar o uso do Mapa Mental na prática pedagógica; 4) comparar a teoria à prática pedagógica, relativamente à aplicação do Mapa Mental no processo de aprendizagem. Esta pesquisa mostrou-se eficiente em recuperar o conhecimento cientifico acumulado sobre um problema. Partindo de um ensino educacional conteúdista rumo a um ensino com base em processos cognitivos, no qual se desenvolve autonomia de pensamento, a estimulação do autoconhecimento, além da disposição para a mudança na forma de aprender. Portanto acredita-se que somente conhecendo os interesses e as reais necessidades dos estudantes, dos professores e das instituições é que poderão ser criadas situações de ensino e aprendizagem que atenderão às características de uma educação de resultado e de qualidade, e que garantirão a eficácia do papel desse agente social transformador.

No processo de ensino e aprendizagem é importante a adoção de novas ferramentas pedagógicas, que dão sentido e rumo para uma nova ação pedagógica que promoverá transformações com resultados práticos, e de qualidades. Entretanto espera-se que sejam implementadas e aplicadas medidas eficazes e que os resultados obtidos sejam continuamente reavaliados, garantindo assim uma aprendizagem mais eficiente. Desta forma, o uso de mapas mentais no contexto do ensino superior poderá proporcionar uma melhor compreensão do todo, além de uma maior obtenção de objetivos, de uma participação mais efetiva no processo


transformador, de uma melhor capacidade de investigar, buscar, analisar e sintetizar as informações. Além de uma maior possibilidade de classificar e ordenar conceitos, de estabelecer relações definindo implicações de casualidade entre conceitos e idéias, de viabilizar e de construir conhecimento de forma efetiva. Sendo assim os mapas mentais como ferramentas pedagógicas utilizadas nessa pesquisa de ensino e aprendizagem mostram-se formas promissoras no contexto da sociedade atual em que vivemos, ou seja, na sociedade da informação, do conhecimento. No qual se construirá uma base fundamental do conhecimento tendo o aluno como protagonista e construtor de sua própria aprendizagem, conhecendo e tomando consciência desse processo, dessa técnica de ensino e aprendizagem que procura dar resposta a essa idéia de aprendizagem e potencialidade no desenvolvimento da pessoa em suas dimensões cognitivas, pessoal e social. Portanto a adoção positiva dessas metodologias cognitivas de ensino e aprendizagem irá proporcionar uma melhor compreensão do sistema de ensino e aprendizagem do contexto educacional no Ensino Superior atual, podendo assim todos os envolvidos atuarem mais ativamente como agentes transformadores e receptores do conhecimento.


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

 

BOCK, Ana Mercês Bahia; FURTADO, Odair; TEIXEIRA, Maria de Lourdes Trassi. Psicologias: Uma introdução ao estudo de psicologia. 13ªed. (reformulada e ampliada - 1999). 3ª tiragem - 2001.

BUZAN, T. Mapas Mentais e sua elaboração: um sistema definitivo de pensamento que transformará sua vida. São Paulo: Cultrix, 2005.

FREIRE, Paulo. Educação como Prática da Liberdade. 17.ed. Rio de Janeiro, Paz e Terra, 1979.

FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido. Coleção O Mundo, Hoje. v. 21. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1983.

GADOTTI, M. Perspectivas atuais da educação. Porto Alegre: Ed. Artes Médicas, 2000.

HAYDT, Regina Célia Cazaux. Curso de Didática Geral. 7ª. ed. São Paulo: Ática, 2001. (Série Educação)

LEAL, R. B. L. A discussão contemporânea do saber-fazer do professor. Universidade de Fortaleza. Programa de Capacitação e Atualização Pedagógica Permanente para Docentes da UNIFOR. Curso: A didática do ensino superior. Mimeo, 2004.

NONAKA, Ikujiro e TAKEUCHI, Hirotaka. Criação do Conhecimento na Empresa: como as empresas geram a dinâmica da inovação. Rio de Janeiro: Campus,1997.

OLIVEIRA, Maria Marly de. Seqüência didática interativa no processo de formação de professores. RJ: Vozes, 2013. Disponível em:<http://books.google.com.br/books?id=auQbBAAAQBAJ&printsec=frontcover&hl=pt-BR#v=onepage&q&f=true>. Acesso: 15 out 2014.

ONTORIA, Antonio;LUCKE, Ãngela de; GÓMEZ, Juan Pedro R.Aprender com Mapas Mentais: Uma estratégia para pensar e estudar. São Paulo: Madras, 2006. (Tradução Silvia Mariângela Spada)